Era o dia 14 de março de 2020 e já tinha combinado com a Sininho que deixaria tudo por conta dela, desde o planejamento de toda travessia ate o tripulante extra que iria conosco, já que eu, nada tinha de experiência e ela se mostrou pouco convencida que eu não mareava e me convenceu que daria conta de resolver tudo sozinha… ledo engano descobri mais pra frente… Depois de combinado o dia da partida, parti de Guaratinguetá-SP sentido Ilha do Governador, de ônibus e ela da cidade dela. Eis que chegamos na rodoviária no Rio e ela já não tinha mais o marinheiro que lhe auxiliaria na travessia. Desmarcou o combinado em cima da hora, com a gente ja no Rio… Deu início a novela de se conseguir um novo tripulante. Pernoitamos no veleiro. Já era sábado de manha, nada de se conseguir alguém, eu sem conhecer ninguém, quieto fiquei, devido à ansiedade nada dormi de sexta pro sábado.
O dia passou devagar, a ansiedade a flor da pele. Pelo fim da manhã recebemos a visita de nosso indeciso tripulante que era, descobri mais tarde, uma indicação de outra pessoa para a travessia. Depois de uma estudada no veleiro, nos disse que levaria o barquinho sim. Sairíamos as vinte uma horas daquele mesmo dia. Ainda eram umas onze da manhã… meu Deus, que agonia. Fiquei no barco, saímos pra almoçar. A tarde de sábado passou devagar mais devagar ainda. Não consegui descansar a noite perdida. Estava um caco psicológico e fisicamente. As vinte uma horas fui ate a praia, em um bote emprestado buscar nosso Rabugento. Ele não apareceu… dada las umas vinte três horas ele aparece, com uma mochilinha e preocupado com a grana que ia receber e se não tinha um qualquer ali para que ele fizesse uma refeição, lhe paguei a refeição e depois de pagar mais uma outra pessoa para pegar o bote que não podia ficar na poita, embarcamos. Mais uma vistoria no barco, feita e la pela meia-noite e tal de domingo, partimos.
Num sábado pra domingo de céu estrelado e pouco vento, partimos.
Eramos três a bordo, Sininho Rabugento e Eu. Eu sou eu mesmo que vos escrevo, para os outros “personagens” desta divina travessia, deixei codinomes pra eu não ter problemas, sei lá.
O motor 3,3 novo, deu a arrancada e nos tirou da frente da praia e içaram as velas e com um ventinho fraco e um mucadinho de motor, nos fez chegar na Urca umas cinco da manhã…
O trecho ate ali foi tranquilo, conheci o funcionamento do meu GPS Garmin E-trex20 carregado com as cartas náuticas de toda nossa costa e o seu funcionamento que nos ajudaria, no percurso a não encalhar na restinga e possivelmente ir a pique. Mais detalhes pra frente…